
Um adolescente de apenas 14 anos, residente em Campo Grande (MS), foi identificado pela Polícia Civil como um dos líderes de uma rede criminosa que praticava crimes de ódio contra crianças e adolescentes na internet. A descoberta faz parte da Operação Adolescência Segura, deflagrada nesta terça-feira (15), com ações em sete estados brasileiros.
De acordo com o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), o jovem atuava diretamente de sua residência, coordenando outros integrantes da organização, que o seguiam em uma estrutura hierárquica. Apesar de ter confessado a participação no grupo e sua função de liderança, o adolescente não foi apreendido, pois não havia flagrante no momento da operação.
A operação, considerada uma das maiores já realizadas contra crimes cibernéticos envolvendo menores no Brasil, resultou até o momento na prisão de dois adultos e na apreensão de seis adolescentes. Ao todo, foram expedidos 2 mandados de prisão temporária, 20 de busca e apreensão e 7 de internação provisória.
As ações foram realizadas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Em Campo Grande, a polícia cumpriu cinco mandados de busca, incluindo na residência do adolescente. Foram apreendidos celulares, computadores e documentos.
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As investigações começaram em 18 de fevereiro de 2025, após um caso brutal de violência: um morador em situação de rua teve 70% do corpo queimado após ser alvo de dois coquetéis molotov lançados por um adolescente. O ataque foi gravado e transmitido ao vivo por Miguel Felipe, maior de idade, para cerca de 220 membros de um servidor da plataforma Discord. Miguel foi preso e o adolescente responsável pelo ataque, apreendido e internado.
A MEX DIGITAL reforça a importância da atuação conjunta entre autoridades e sociedade para o combate a crimes digitais e a proteção de crianças e adolescentes no ambiente virtual. Casos como este mostram a necessidade de monitoramento, educação digital e políticas públicas efetivas voltadas à segurança cibernética de menores.