Na última segunda-feira (14), o fórum 4chan — conhecido por permitir publicações anônimas e por abrigar comunidades polêmicas — teria sido alvo de um ataque cibernético que resultou em um suposto vazamento de informações sensíveis. A invasão foi mencionada por usuários em outras redes, incluindo a plataforma rival Soyjak.party, onde detalhes do incidente foram amplamente compartilhados.
Segundo relatos, durante o ataque, a página inicial do 4chan exibiu uma mensagem afirmando: “Vocês foram hackeados”. Informações que supostamente fazem parte do sistema interno da plataforma, como listas de usuários, e-mails de administradores e moderadores, além de capturas de tela do painel de controle do site, foram divulgadas no Soyjak.party.
Também circularam imagens que mostrariam o banco de dados do fórum, incluindo registros de postagens excluídas e os respectivos endereços de IP associados — dados que, em determinadas circunstâncias, podem ser usados para rastrear a identidade de quem publicou o conteúdo.
Além das informações técnicas, usuários do fórum rival teriam publicado dados pessoais e fotos de alguns administradores do 4chan, com base nas informações vazadas.
Especialistas em cibersegurança vêm tratando o caso com seriedade. O cofundador da Hudson Rock, Alon Gal, afirmou à agência Reuters que as evidências do ataque parecem verídicas. Fontes citadas pela revista Wired apontam que o 4chan estaria operando com sistemas defasados e vulneráveis, o que pode ter facilitado a ação dos hackers.
Criado em 2003 por Christopher Poole (conhecido como “moot”), o 4chan já foi utilizado por diferentes grupos ao longo dos anos — de ativistas virtuais como os Anonymous a comunidades associadas a discursos de ódio e comportamentos tóxicos. Nos últimos tempos, o fórum voltou ao centro das discussões após relatos de que estaria hospedando conteúdos criados por inteligência artificial envolvendo imagens íntimas não autorizadas.
O incidente levanta preocupações sobre a fragilidade de plataformas que não seguem padrões mínimos de segurança digital, além de reacender o debate sobre o uso de espaços anônimos na internet para a disseminação de conteúdos nocivos.
Maxwell Iure, possui certificacões em cibersegurança e redes de computadores, com foco na conformidade com normas de proteção de dados. Graduado em Direito pela Una e pós-graduando em Direito Digital.
